Depois de retirar por tempo indeterminado o Resumo da Semana, a área de esportes ficou sem nenhuma coluna especial e por isso decidi criar o especial Grandes Equipes Esquecidas, que não vai abordar apenas o futebol - que é a equipe de hoje - e sim vários esportes.
Para começar essa nova série de posts vou falar de um time brasileiro de futebol que apareceu como grande zebra do futebol no começo desse século: o São Caetano de Jair Picerni.
Jair Picerni, o grande técnico deste time. |
O time vice-campeão dos Campeonato Brasileiros de 2000 e 2001 e da Libertadores da América de 2002, foi montado com investimentos da prefeitura e ficou conhecido pelo time que misturava jogadores experientes, como Esquerdinha e Adãozinho, com jovens estrelas, como César e Magrão.
Em 2000, o time tinha apenas 11 anos de vida e conseguiu o incrível feito de ser vice-campeão do Módulo Amarelo, a segunda divisão da Copa João Avelange, o Brasileirão daquele ano.
E como no formato desta copa os três melhores colocados do Módulo Amarelo (Paraná, São Caetano e Remo) entravam nas fases de mata-mata do torneio, o São Caetano enfrentou o Fluminense, terceiro melhor colocado do Módulo Azul, pelas oitavas e vencendo o tricolor das laranjeiras, enfrentou os fortes Palmeiras e Grêmio, nas quartas e na semi, respectivamente, e assim, surpreendendo todos, chegou a decisão da competição contra o Vasco de Romário, mas em dois jogos polêmicos que contou com a queda das arquibancadas do estádio, a equipe perdeu o título.
No ano seguinte, no formato tradicional do Brasileirão não-pontos corridos de apenas um turno e quartas de finais, com o São Caetano já na primeira divisão, a mesma história, mas dessa vez o título ficou para o Atlético Paranaense, que venceu o azulão nos dois jogos da final.
Em 2002, quando mais ninguém acreditava na equipe, ela surpreendeu ainda mais e chegou a decisão da Libertadores da América, competição mais importante para os times das Américas, vencendo equipes tradicionais como Peñarol - URU e América - MEX, mas novamente perdeu a decisão para o Olímpia- PAR do lendário goleiro Chilavert, em pleno Pacaembú.
Com esses consequentes vices campeonato a equipe caiu no esquecimento dos fãs de futebol, mas ela nunca saiu da minha cabeça, pois foi o primeiro time brasileiro que eu lembro de ver disputando uma decisão de Libertadores e foi um dos meus times preferidos na infância.
A equipe tinha um ótimo goleiro, Sílvio Luiz, e uma defesa incrível, formada por dois zagueiros velozes, Daniel e Dininho, e dois laterais que apoiavam muito bem e que assim chegaram a seleção brasileira, César e Russo, mas o grande diferencial da equipe era o trio formado pelos meias Adãozinho, Esquerdinha e pelo atacante Adhemar, que combinavam o toque de bola de Adãozinho, a habilidade de Esquerdinha e o chute poderoso e o faro de gol de Adhemar (veja desenho tático da equipe ao lado).
O tão sonhado título só chegou à cidade do ABC em 2004: com o comando de Muricy Ramalho a equipe ganhou o Paulista vencendo fortes equipes como São Paulo e Santos. Deste time de 2004, podemos destacar os volantes Marcelo Mattos e Mineiro, que depois foram jogar no Corinthians e no São Paulo, respectivamente, o lateral esquerdo Triguinho, que depois jogou no Botafogo e no Santos e o centroavante Somália, um dos maiores ídolos da história do Azulão.
Desde 2006 a equipe está na segunda divisão do Campeonato Brasileiro e já não tem o mesmo apoio da prefeitura local.