24 de novembro de 2012

O futuro da amarelinha. Com mudanças, mas talvez nem tantas ..


Mano Menezes caiu. Justamente em seu melhor momento como técnico da seleção: o ex-técnico do Corinthians e Grêmio havia acabado de encontrar uma forma de jogo, com quatro jogadores leves fazendo a movimentação na frente e nem teve a chance de testar essa formação com seus 11 ideais (Marcelo lesionado).

Sempre sou a favor da manutenção dos técnicos dentro de um projeto, seja ela de poucos jogos, como foi o do Kleina pelo Palmeiras, seja ele de quatro longos anos, como era o de Mano para a Copa do Mundo de 2014. Mas fazer o que? A pressão foi grande e o gaúcho não aguentou. Não tinha carisma com a torcida, liderança com os jogadores ou pulso firme com os dirigentes. Rodou e ponto.
Mano Menezes, com certeza, não foi o treinador mais carismático
do Brasil, mas não deixou de fazer um bom trabalho - Globo
A discussão agora gira em torno do futuro da amarelinha, afinal, ainda temos um ano e meio até a maior competição do mundo. Quem é o próximo técnico? Não sei. Minha aposta é Felipão: o cara tem tudo que Mano não tinha, a carisma com a torcida, a liderança e o respeito com os jogadores e o pulso firme com os dirigentes. Além de tudo, tem a experiência bem sucedida, muito bem sucedida, diga-se de passagem, de 2002.

O ex-técnico do Palmeiras é a minha aposta, mas não seria minha escolha se eu fosse o ladrão de medalhas, opa, presidente da CBF, José Maria Marin. Minha escolha estaria entre Paulo Autuori e Muricy Ramalho. O primeiro pela capacidade e entendimento tático inigualável no Brasil e o segundo por ser simplesmente o Muricy, o melhor treinador do país dos últimos 10 anos, que já deveria ter sido experimentado na Seleção quando Mano foi alçado à posição no fim de 2010, mas o Fluminense e a Unimed proibiram.

Autuori talvez seja o cara que o Brasil precisa para essa posição de tamanha importância e prestígio. Ele daria um novo ar a Seleção. É uma pessoa de caráter, com experiência em treinar seleções, mesmo que pequenas (Peru e Qatar) e que ajeitaria toda bagunça tática que Mano Menezes andou fazendo nesses últimos tempos.

O carioca de 56 anos é um dos especialista brasileiros em utilizar dois volantes com saída de bola e com tanto talento nessa faixa de campo, talvez ele conseguisse coordenar as ações de Paulinho e Ramires, ou Hernanes (ainda sabe jogar de volante?), Lucas (Liverpool), Arouca, etc. Mas Autuori anda meio distante do futebol brasileiro e dificilmente conseguiria liberação da Seleção do Qatar. Por isso, Muricy talvez seja a melhor opção.

O técnico do Santos é especialista em arrumar defesas bagunçadas e em melhorar em 200% as jogadas de bola aérea de qualquer equipe, sejam elas ofensivas ou defensivas. O Brasil não anda sofrendo tanto com esses problemas, mas Muricy certamente levaria Miranda de volta à Seleção e só isso já é um grande passo (opinião pessoal).

Outro ponto a ser destacado é que Muricy já deixou claro para todos que não joga sem centroavante (essa é a única explicação plausível para a titularidade de Zé Love durante a campanha vitoriosa santista na Libertadores de 2011) e a falta de talento nessa posição vem sendo uma pulga atrás da orelha de todo brasileiro: Fred é matador e tem um dos melhores posicionamento do mundo, mas só isso basta para ter a 9? Luís Fabiano se movimenta muito bem, mas aquele pivô torto que só ele sabe fazer e as seguidas contusões incomodam e o Damião é habilidoso, faz um bom pivô, finaliza bem, se movimenta bem, se posiciona bem, faz tudo bem, mas esse “bem” não basta, pelo menos para mim.

Miranda seria a minha opção ideal para a zaga brasileira - UEFA.com
Muricy teria que se virar para misturar as habilidades desses três ou talvez resgatar o Pato do fundo do poço das lesões. Quem sabe pedir pro Marin comprar um novo joelho para ele, dinheiro a CBF tem de sobra.

Como não é possível prever quem será o novo técnico da Seleção, eu aqui, como presidente da minha própria confederação me anuncio como técnico da minha seleção (ditadura) e assim convocarei meus 23 e escalarei meus 11 titulares (vermelho). Segue lista:

football formations Goleiros:
Diego Alves (Valencia);
Diego Cavalieri (Fluminense);
Vitor (Atlético-MG).

Laterais:
Dani Alves (Barcelona);
Adriano (Barcelona);
Marcelo (Real Madrid);
Rafael (Manchester United).

Zagueiros:
Thiago Silva (PSG);
Miranda (Atlético de Madrid);
David Luís (Chelsea);
Leandro Castán (Roma).

Volantes:
Ramires (Chelsea);*
Paulinho (Corinthians);
Lucas (Liverpool) – quando voltar de contusão;
Luiz Gustavo (Bayern de Munique).*

Meias:
PH Ganso (São Paulo);
Oscar (Chelsea);
Kaká (Real Madrid);
Willian (Shaktar).

Atacantes:
Neymar (Santos);
Hulk (Zenit);
Lucas (PSG);
Fred (Fluminense).

Suplentes:
Jefferson (Botafogo – goleiro); Alex (PSG – zagueiro); Mariano (Bourdeax – lateral); Sandro (Tottenham – volante); Hernanes (Lazio – meia); Diego (Wolfsburg – meia); Robinho (Milan – atacante); Pato (Milan – atacante); Damião (Internacional – atacante). Esses últimos dois caso estejam bem fisicamente e jogando constantemente.

Fechando essa lista, eu teria 32 nomes. Buscaria não fugir destes em nenhuma situação, em nenhuma convocação e assim trabalharia a “fluência” de jogo em um padrão tático com no máximo duas variações (nada de quatro ou cinco como o Mano fez nesses últimos jogos). Marcação em pressão no melhor estilo Tite. Com Luiz Gustavo jogando contra times com 2 atacantes (faria o líbero do ponta de lança) e Ramires/Paulinho contra os times que se alinham no 4-2-3-1 (quem não?). E ponto!

Mas antes do fim, eu gostaria de chegar à um ponto: qual é a grande diferença desse meu time quanto o time do Mano Menezes? Umas preferências aqui e ali (Réver x Miranda; Arouca x Luiz Gustavo) e mais nada! E é assim que a Seleção Brasileira se portará com o novo técnico. Seja ela Muricy, Autuori, Guardiola, Tite ou Felipão, os jogadores convocados e escalados pouco se alterarão e é nisso que devemos nos atentar. Faça o teste, pegue papel e lápis e convoque seus 23, escale seus 11, faça suas variações. O time muda pouco, ás vezes não muda nada.

É lógico que o trabalho de diferentes treinadores nunca vai ser igual. Felipão provavelmente aumentaria o poder de marcação e o volume de jogo do meio de campo. Muricy, como dito anteriormente, jogaria com um centroavante. Tite marcararia em pressão-zona-bola, etc.

Mas a vida segue. O que ficou definido é que teremos um novo treinador em 2013 e que esse terá 16 longos meses de agitação, polêmicas e trabalho pela frente. A seleção tem time para ser campeã das Confederações e do Mundo, resta saber como esse técnico trabalhará para compactar as linhas tão descompactadas do Brasil e como ele montará sua equipe.

* Contra equipes com dois atacantes, Luiz Gustavo seria o titular, contra equipes no 4-2-3-1, Ramires seria a escolha.