Mano Menezes caiu.
Justamente em seu melhor momento como técnico da seleção: o ex-técnico do
Corinthians e Grêmio havia acabado de encontrar uma forma de jogo, com quatro
jogadores leves fazendo a movimentação na frente e nem teve a chance de testar
essa formação com seus 11 ideais (Marcelo lesionado).
Sempre sou a favor da
manutenção dos técnicos dentro de um projeto, seja ela de poucos jogos, como
foi o do Kleina pelo Palmeiras, seja ele de quatro longos anos, como era o de
Mano para a Copa do Mundo de 2014. Mas fazer o que? A pressão foi grande e o
gaúcho não aguentou. Não tinha carisma com a torcida, liderança com os
jogadores ou pulso firme com os dirigentes. Rodou e ponto.
Mano Menezes, com certeza, não foi o treinador mais carismático do Brasil, mas não deixou de fazer um bom trabalho - Globo |
A discussão agora gira
em torno do futuro da amarelinha, afinal, ainda temos um ano e meio até a maior
competição do mundo. Quem é o próximo técnico? Não sei. Minha aposta é Felipão:
o cara tem tudo que Mano não tinha, a carisma com a torcida, a liderança e o
respeito com os jogadores e o pulso firme com os dirigentes. Além de tudo, tem
a experiência bem sucedida, muito bem sucedida, diga-se de passagem, de 2002.
O ex-técnico do
Palmeiras é a minha aposta, mas não seria minha escolha se eu fosse o ladrão de
medalhas, opa, presidente da CBF, José Maria Marin. Minha escolha estaria entre
Paulo Autuori e Muricy Ramalho. O primeiro pela capacidade e entendimento
tático inigualável no Brasil e o segundo por ser simplesmente o Muricy, o
melhor treinador do país dos últimos 10 anos, que já deveria ter sido
experimentado na Seleção quando Mano foi alçado à posição no fim de 2010, mas o
Fluminense e a Unimed proibiram.
Autuori talvez seja o
cara que o Brasil precisa para essa posição de tamanha importância e prestígio.
Ele daria um novo ar a Seleção. É uma pessoa de caráter, com experiência em
treinar seleções, mesmo que pequenas (Peru e Qatar) e que ajeitaria toda
bagunça tática que Mano Menezes andou fazendo nesses últimos tempos.
O carioca de 56 anos é
um dos especialista brasileiros em utilizar dois volantes com saída de bola e
com tanto talento nessa faixa de campo, talvez ele conseguisse coordenar as
ações de Paulinho e Ramires, ou Hernanes (ainda sabe jogar de volante?), Lucas
(Liverpool), Arouca, etc. Mas Autuori anda meio
distante do futebol brasileiro e dificilmente conseguiria liberação da Seleção
do Qatar. Por isso, Muricy talvez seja a melhor opção.
O técnico do Santos é
especialista em arrumar defesas bagunçadas e em melhorar em 200% as jogadas de
bola aérea de qualquer equipe, sejam elas ofensivas ou defensivas. O Brasil não
anda sofrendo tanto com esses problemas, mas Muricy certamente levaria Miranda
de volta à Seleção e só isso já é um grande passo (opinião pessoal).
Outro ponto a ser
destacado é que Muricy já deixou claro para todos que não joga sem centroavante
(essa é a única explicação plausível para a titularidade de Zé Love durante a
campanha vitoriosa santista na Libertadores de 2011) e a falta de talento nessa
posição vem sendo uma pulga atrás da orelha de todo brasileiro: Fred é matador
e tem um dos melhores posicionamento do mundo, mas só isso basta para ter a 9?
Luís Fabiano se movimenta muito bem, mas aquele pivô torto que só ele sabe
fazer e as seguidas contusões incomodam e o Damião é habilidoso, faz um bom
pivô, finaliza bem, se movimenta bem, se posiciona bem, faz tudo bem, mas esse “bem”
não basta, pelo menos para mim.
Miranda seria a minha opção ideal para a zaga brasileira - UEFA.com |
Muricy teria que se
virar para misturar as habilidades desses três ou talvez resgatar o Pato do
fundo do poço das lesões. Quem sabe pedir pro Marin comprar um novo joelho para
ele, dinheiro a CBF tem de sobra.
Como não é possível
prever quem será o novo técnico da Seleção, eu aqui, como presidente da minha
própria confederação me anuncio como técnico da minha seleção (ditadura) e
assim convocarei meus 23 e escalarei meus 11 titulares (vermelho). Segue lista:
Diego Alves
(Valencia);
Diego Cavalieri
(Fluminense);
Vitor (Atlético-MG).
Laterais:
Dani Alves
(Barcelona);
Adriano (Barcelona);
Marcelo (Real
Madrid);
Rafael (Manchester
United).
Zagueiros:
Thiago Silva
(PSG);
Miranda
(Atlético de Madrid);
David Luís (Chelsea);
Leandro Castán (Roma).
Volantes:
Ramires (Chelsea);*
Paulinho
(Corinthians);
Lucas (Liverpool) –
quando voltar de contusão;
Luiz Gustavo (Bayern de Munique).*
Meias:
PH Ganso (São Paulo);
Oscar
(Chelsea);
Kaká (Real Madrid);
Willian (Shaktar).
Atacantes:
Neymar
(Santos);
Hulk (Zenit);
Lucas (PSG);
Fred (Fluminense).
Suplentes:
Jefferson (Botafogo –
goleiro); Alex (PSG – zagueiro); Mariano (Bourdeax – lateral); Sandro
(Tottenham – volante); Hernanes (Lazio – meia); Diego (Wolfsburg – meia); Robinho
(Milan – atacante); Pato (Milan – atacante); Damião (Internacional – atacante).
Esses últimos dois caso estejam bem fisicamente e jogando constantemente.
Fechando essa lista, eu
teria 32 nomes. Buscaria não fugir destes em nenhuma situação, em nenhuma
convocação e assim trabalharia a “fluência” de jogo em um padrão tático com no
máximo duas variações (nada de quatro ou cinco como o Mano fez nesses últimos
jogos). Marcação em pressão no melhor estilo Tite. Com Luiz Gustavo jogando
contra times com 2 atacantes (faria o líbero do ponta de lança) e
Ramires/Paulinho contra os times que se alinham no 4-2-3-1 (quem não?). E
ponto!
Mas antes do fim, eu
gostaria de chegar à um ponto: qual é a grande diferença desse meu time quanto
o time do Mano Menezes? Umas preferências aqui e ali (Réver x Miranda; Arouca x
Luiz Gustavo) e mais nada! E é assim que a Seleção Brasileira se portará com o
novo técnico. Seja ela Muricy, Autuori, Guardiola, Tite ou Felipão, os
jogadores convocados e escalados pouco se alterarão e é nisso que devemos nos
atentar. Faça o teste, pegue papel e
lápis e convoque seus 23, escale seus 11, faça suas variações. O time muda
pouco, ás vezes não muda nada.
É lógico que o trabalho
de diferentes treinadores nunca vai ser igual. Felipão provavelmente aumentaria
o poder de marcação e o volume de jogo do meio de campo. Muricy, como dito
anteriormente, jogaria com um centroavante. Tite marcararia em
pressão-zona-bola, etc.
Mas a vida segue. O que
ficou definido é que teremos um novo treinador em 2013 e que esse terá 16 longos
meses de agitação, polêmicas e trabalho pela frente. A seleção tem time para
ser campeã das Confederações e do Mundo, resta saber como esse técnico trabalhará
para compactar as linhas tão descompactadas do Brasil e como ele montará sua
equipe.
* Contra equipes com dois atacantes, Luiz Gustavo seria
o titular, contra equipes no 4-2-3-1, Ramires seria a escolha.